Domingo da Paixão (28/03/2010)
A Paixão e Morte de Jesus são um ensinamento vivido. Fatos encarnando ensinamentos enaltecem as palavras mais comuns com poder excepcional e preenchem o silêncio com um significado transformador. As diferenças de perspectiva entre os quatro evangelhos expressam as infinitas permutas de significado nestes eventos históricos.
Jesus prepara os discípulos para um mistério em que eles estão prestes a serem imersos pela recordação do significado de humildade – serviço, ao invés de manipulação, aceitação de que estamos mais próximos da verdade entre os menores, os perdidos e os últimos do que entre aqueles que dependem das fachadas de sua própria onipotência. Os eventos estão plenos de tensão, quase a hiperrealidade de um paradoxo. Nestes momentos intensos, nos encontramos com os opostos do sucesso e fracasso, os hemisférios da luz e da escuridão da alma, o bom e o mau bandido, as polaridades da lealdade e da traição. Subjacente a este reino da dualidade, encontramos o reino do espírito, da unidade. Tudo aquilo que parece dividir converge na pessoa central da narrativa, que aparenta desaparecer naquilo que representa.
Laurence Freeman OSB
Tradução: Marcia Orantas
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