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Informativo dos Filhos de Sant'Ana

03/03/2010

Reflexões para a Quaresma II

Segunda-Feira – 2ª. Semana da Quaresma


 
Humildade é importante. Atualmente não é um valor cultural importante, já que estamos em uma era de celebridades e auto-expressão. O mundo em que vivemos pode nos ajudar a entender melhor o que é humildade, ao nos mostrar o que não é. Você poderia, por exemplo, ser famoso e humilde, embora o desejo de ser famoso talvez o impeça de ser humilde. Você poderia ser um grande artista ou um “blogeiro” e ser humilde, todavia estas atividades poderiam absorver tanto seu tempo que você esqueceria quem realmente é. Humildade é essencialmente auto-conhecimento. Isto é importante porque saber quem você é essencialmente – e não somente pelos olhos de outras pessoas ou ainda pelo prisma de nosso ego – é condição para se conhecer a Deus. Só podemos conhecer a Deus através de um processo de não-conhecimento - abandonando as tentativas de aprisioná-lo e medi-lo. Essas tentativas geralmente nos levam a falsos deuses. O não-conhecimento (o caminho da meditação) é ‘deixar os pensamentos de lado’. É como se desnudar. Como quando vamos a um exame medico e nos pedem para tirarmos a roupa. Isto pode nos deixar inicialmente envergonhados e desconfortáveis, sentados ali vestindo “aquela camisola pela metade” (que nos deixa mais nus do que vestidos) esperando a vez de ser examinado. Se sentir meio bobo também faz parte da fase inicial da meditação. Estarmos como Deus nos criou, vestindo só o que vestíamos quando viemos ao mundo, é meditação. A palavra humildade se origina do latim “húmus”, que significa terra. Reserve hoje alguns momentos para olhar o solo, seja num parque, num vaso de planta ou num monte. Especialmente quando a primavera chega ao hemisfério norte - ou com a fecundidade do solo nos Trópicos - você talvez tenha um insight de quão fértil a humildade é com seu jeito “pé no chão”, na sua falta de pretensão e auto-engano.
 
Laurence Freeman, OSB
Tradução: Alessandro Akil

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