Quarto Domingo da Quaresma –“ Laetare”
Então o dia com que eles frequentemente sonhavam havia chegado. E o povo que passara quarenta anos no deserto, oscilando entre a esperança e a angústia, fazendo de si mesmos uma outra geração, que não tivesse lembrança da escravidão, entrou na Terra Prometida. Naquele dia o maná cessou – o alimento especial, um pouco insosso, talvez, mas que os havia seguido tão fielmente, foi-lhes tirado. E eles tiveram que se acostumar agora com a comida cultivada localmente. (Josué 5:9-12)
Tradução: Márcia Orantas
Segunda-feira da quarta semana da Quaresma
Um dos feitos do ego mais distorcidos é o de culpar os outros, de forma a nos proteger ou manter nossa imagem intacta. Como vemos na imagem de Adão apontando seu dedo para Eva e até mesmo no comportamento de crianças bem pequenas, deve ser um mecanismo de defesa profundamente entranhado. Ele nos leva a todo tipo de problemas, no mínimo tornar um inocente em bode expiatório.
Biblicamente o deserto simboliza o local onde a simplicidade radical do meio-ambiente e a falta de elementos de distração permitem uma gradual perda de todas as projeções. Idolatrar ou endemoninhar são igualmente irreais. Na simplicidade nós primeiro nos encaramos para depois nos aceitarmos como somos e só então será possível assumir responsabilidade onde a temos. O primeiro passo é sermos honesto com nós mesmos. Por isto Jesus nos alerta contra qualquer tipo de encenação nas demonstrações religiosas. Mais fácil falar do que fazer; mas a meditação torna isto possível porque também ela é uma espécie de deserto de simplicidade radical e transparência.
Tradução: Edith Vargas
D. Laurence Freeman OSB
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