A cruz como entrega que Jesus faz de si mesmo (Cezar Luciano e Erandes Fernandes)
Jesus se doa, aceita a morte livremente, entrega sua vida e assim a recupera (Jo 17,10s). entregar a vida é sinal contínuo do dom de si mesmo pro amor, que Jesus vai realizando ao cumpri o desígnio de Deus para com seu povo. A última e suprema expressão dessa entrega amorosa é a aceitação da morte que mostra, o amor que não se desmente nem diante do ódio dos inimigos (Jo 19,28-30). Jesus aceita a morte, como dom de si mesmo à humanidade (Jo 12,33; 18,32); assim, é garantida de salvação para o povo (Jo 11,50s; 18,14). Com sua morte se manifesta a glória de Deus no amor do pai (Jo 17,1) e do Filho (Jo 12,23.28).
Considerando o fato da morte de Jesus, da perspectiva divina, “Deus deveria, se quisesse fazer a experiência do ser humano a partir de dentro, colocar o acento decisivo no ponto onde o homem pecador e mortal se encontra no fim: onde ele se perdeu na morte, sem, por isso, encontrar a Deus, onde mergulhou no abismo da tristeza, da pobreza e das trevas, na fossa, sem poder sair dela por suas próprias forças – a fim de reatar, na experiência do estar no fim, as extremidades despedaçadas da idéia de homem na identidade do Crucificado e Ressuscitado. Somente quando o próprio Deus tiver feito a experiência final de seu mundo – que tem na liberdade humana a possibilidade de recusar a obediência a Deus e, por isso mesmo, também de perder a Deus – é que ele não será apenas um juiz de sua criatura, de fora e de cima, mas se tornará, em virtude de sua experiência do mundo [...], o critério de julgamento para homem: na medida em que o Pai (como criador) tiver entregue ao Filho (enquanto Salvador )todo o julgamento (Jo 5,22)” (Hans Urs von Balthasar).
Deus faz plena experiência do humano, na entrega total até a morte de cruz. Nesse ato de amor salvador de Deus para com o homem, ele se revela ao homem, mostrando-lhe seu destino divino e seu julgamento. Neste contexto, a cruz constitui um elemento central, como lugar da manifestação da própria glória de Deus e instrumento para a realização do desígnio salvador de Deus para como toda a humanidade.
Deus quis salvar o homem; salvo-o chamando-o para a vida com ele. Estando o homem perdido, Deus quis lhe restituir a vida em seu amor. A imagem do homem criado por Deus e expressa pela revelação, manifesta seu destino sobrenatural como criatura amada. Desde o princípio, o homem foi “predestinado” e escolhido “antes da fundação do mundo”, na plenitude da “bênção espiritual”, para ser “Santo e irrepreensível” diante de seu Criador (cf. Ef 1,3-5). Por isso, Deus, pelo mistério da encarnação, em seu Bem-Amado Filho, restaura a imagem do homem dilacerado pelo pecado e pela morte. Ele se faz homem para aproximar, em si, o homem ao Criador. A salvação do homem é realizada de forma decisiva, não só pela encarnação ou na continuidade de sua vida mortal, mas na sua morte. Reerguendo o homem para a vida, a partir da sua maior limitação, sua própria condição mortal.
A Paixão representa a consumação suprema da entrega de Jesus ao Pai por nosso amor. “a agonia da cruz é a revelação, no tempo da finitude, do eterno, infinito dom de si do Filho ao Pai, selado pela entrega do Espírito, que traduz na carne da nossa história o movimento da doação a Deus; ‘e inclinando a cabeça, entregou o espírito’” (Jo 19,30). Também o Pai faz sua entrega do Filho por todos nós, “pois Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
Na cruz, Deus se entrega, o Pai entrega o Filho, que lhe entrega o Espírito. Portanto, no mistério da cruz de Jesus é necessário reconhecer, no amor trinitário, o motivo da dolorosa entrega do Filho por nós: Deus morre na cruz, não para satisfazer alguma ordem de valores, nem alguma necessidade de ordem jurídica, mas unicamente por amor, para demonstrar gratuitamente o seu amor e gratuitamente nos assumir nele. O Jesus de João, na cruz, não está totalmente só, abandonado por Deus (Mc 15,34). O Pai está com ele (Jo 16,32), pois o amor é comunhão, que os mantém intimamente unidos. A solidão da cruz encerra outros sentidos: preparar um lugar para os seus (Jo 14,3), uma morada junto ao Pai (Jo 14,2); desaparecer para que venho o Espírito e ele continue de modo diferente com os discípulos (Jo 16,10-15)e para que ele realize a mediação entre o mundo e o Pai (Jo 14,13s; 16,26s). Em sua entrega, ele deixará para trás de si tudo o que é seu: para os discípulos e para o Pai: aos discípulos deixa a sua paz (Jo 14,27), suas palavras (Jo 15,17) e seu amor manifestado com a morte. Nesse amor eles devem e podem permanecer (Jo15,12s) para terem condições de resistir às perseguições que sofrerão, em comunhão de seu destino com Jesus (Jo 16,2). Junto ao Pai ele deixa o que tem de mais caro sobre a terra: os discípulos que acreditam em sua palavra (Jo 17,15.15). Consagra-se por eles com sua morte (Jo 17,19). Entregando o espírito (Jo 19,30), consuma sua obra por amor ao Pai e aos seus.
Jesus se doa, aceita a morte livremente, entrega sua vida e assim a recupera (Jo 17,10s). entregar a vida é sinal contínuo do dom de si mesmo pro amor, que Jesus vai realizando ao cumpri o desígnio de Deus para com seu povo. A última e suprema expressão dessa entrega amorosa é a aceitação da morte que mostra, o amor que não se desmente nem diante do ódio dos inimigos (Jo 19,28-30). Jesus aceita a morte, como dom de si mesmo à humanidade (Jo 12,33; 18,32); assim, é garantida de salvação para o povo (Jo 11,50s; 18,14). Com sua morte se manifesta a glória de Deus no amor do pai (Jo 17,1) e do Filho (Jo 12,23.28).
Considerando o fato da morte de Jesus, da perspectiva divina, “Deus deveria, se quisesse fazer a experiência do ser humano a partir de dentro, colocar o acento decisivo no ponto onde o homem pecador e mortal se encontra no fim: onde ele se perdeu na morte, sem, por isso, encontrar a Deus, onde mergulhou no abismo da tristeza, da pobreza e das trevas, na fossa, sem poder sair dela por suas próprias forças – a fim de reatar, na experiência do estar no fim, as extremidades despedaçadas da idéia de homem na identidade do Crucificado e Ressuscitado. Somente quando o próprio Deus tiver feito a experiência final de seu mundo – que tem na liberdade humana a possibilidade de recusar a obediência a Deus e, por isso mesmo, também de perder a Deus – é que ele não será apenas um juiz de sua criatura, de fora e de cima, mas se tornará, em virtude de sua experiência do mundo [...], o critério de julgamento para homem: na medida em que o Pai (como criador) tiver entregue ao Filho (enquanto Salvador )todo o julgamento (Jo 5,22)” (Hans Urs von Balthasar).
Deus faz plena experiência do humano, na entrega total até a morte de cruz. Nesse ato de amor salvador de Deus para com o homem, ele se revela ao homem, mostrando-lhe seu destino divino e seu julgamento. Neste contexto, a cruz constitui um elemento central, como lugar da manifestação da própria glória de Deus e instrumento para a realização do desígnio salvador de Deus para como toda a humanidade.
Deus quis salvar o homem; salvo-o chamando-o para a vida com ele. Estando o homem perdido, Deus quis lhe restituir a vida em seu amor. A imagem do homem criado por Deus e expressa pela revelação, manifesta seu destino sobrenatural como criatura amada. Desde o princípio, o homem foi “predestinado” e escolhido “antes da fundação do mundo”, na plenitude da “bênção espiritual”, para ser “Santo e irrepreensível” diante de seu Criador (cf. Ef 1,3-5). Por isso, Deus, pelo mistério da encarnação, em seu Bem-Amado Filho, restaura a imagem do homem dilacerado pelo pecado e pela morte. Ele se faz homem para aproximar, em si, o homem ao Criador. A salvação do homem é realizada de forma decisiva, não só pela encarnação ou na continuidade de sua vida mortal, mas na sua morte. Reerguendo o homem para a vida, a partir da sua maior limitação, sua própria condição mortal.
A Paixão representa a consumação suprema da entrega de Jesus ao Pai por nosso amor. “a agonia da cruz é a revelação, no tempo da finitude, do eterno, infinito dom de si do Filho ao Pai, selado pela entrega do Espírito, que traduz na carne da nossa história o movimento da doação a Deus; ‘e inclinando a cabeça, entregou o espírito’” (Jo 19,30). Também o Pai faz sua entrega do Filho por todos nós, “pois Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16).
Na cruz, Deus se entrega, o Pai entrega o Filho, que lhe entrega o Espírito. Portanto, no mistério da cruz de Jesus é necessário reconhecer, no amor trinitário, o motivo da dolorosa entrega do Filho por nós: Deus morre na cruz, não para satisfazer alguma ordem de valores, nem alguma necessidade de ordem jurídica, mas unicamente por amor, para demonstrar gratuitamente o seu amor e gratuitamente nos assumir nele. O Jesus de João, na cruz, não está totalmente só, abandonado por Deus (Mc 15,34). O Pai está com ele (Jo 16,32), pois o amor é comunhão, que os mantém intimamente unidos. A solidão da cruz encerra outros sentidos: preparar um lugar para os seus (Jo 14,3), uma morada junto ao Pai (Jo 14,2); desaparecer para que venho o Espírito e ele continue de modo diferente com os discípulos (Jo 16,10-15)e para que ele realize a mediação entre o mundo e o Pai (Jo 14,13s; 16,26s). Em sua entrega, ele deixará para trás de si tudo o que é seu: para os discípulos e para o Pai: aos discípulos deixa a sua paz (Jo 14,27), suas palavras (Jo 15,17) e seu amor manifestado com a morte. Nesse amor eles devem e podem permanecer (Jo15,12s) para terem condições de resistir às perseguições que sofrerão, em comunhão de seu destino com Jesus (Jo 16,2). Junto ao Pai ele deixa o que tem de mais caro sobre a terra: os discípulos que acreditam em sua palavra (Jo 17,15.15). Consagra-se por eles com sua morte (Jo 17,19). Entregando o espírito (Jo 19,30), consuma sua obra por amor ao Pai e aos seus.
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