No primeiro capítulo do livro: A Cruz, observamos que a cruz não era e nem é um símbolo de uso exclusivo dos cristãos. Já nas antigas civilizações como, por exemplo: no Antigo Egito, na Ásia, na Europa, na Índia, em Israel; além disso, por Platão, filósofo da Grécia pré-cristã; nisso encontramos relatos da utilização do simbolismo da cruz. Em outras palavras, a cruz não é uma descoberta genuinamente nossa. Entretanto, é com o cristianismo que ela ganha, ou melhor, Jesus lhe institui um novo e definitivo significado com a sua paixão redentora.
Para esclarecer essa questão temos que nos remeter inicialmente ao o apóstolo Paulo que, provavelmente, foi o primeiro a desenvolver uma teologia própria da cruz. Paulo afirma que, “a cruz é para os judeus um escândalo, para os gentios uma loucura, mas para as pessoas chamadas, tantas judias como cristãs, Cristo, é o Messias, poder de Deus e sabedoria de Deus” (1Cor 1,23s). Para ele, a cruz é uma imagem de um Deus que ousa humilhar-se em seu Filho Jesus Cristo e abrir-se aos fracos. Dessa forma, Deus utiliza-se da Cruz, que está intrinsecamente associada a idéia de fracasso, para restituir a nossa dignidade e nos elevar a condição de co-herdeiros de seu reino celeste.
A cruz é sinal visível do amor incondicional de Deus por nós. Visto que, foi por meio da morte de Jesus na cruz que nós obtivemos a remição dos pecados, ou seja, por meio dela Jesus operou para nós a salvação. Também, vale salientar, que a cruz é um sinal para a nova existência na fé, na qual somos conduzidos pelo espírito de Jesus Cristo e não mais por nossas paixões. Assim sendo, a partir dela Deus reina sobre nós e não mais este mundo.
Por fim, a cruz, a qual Jesus se utilizou para vencer o pecado, para nos salvar, tirou-nos das trevas para luz, da impotência para o novo poder, do ódio para o amor. Assim, a cruz é imagem de uma existência redimida para a vida de cada um que com Cristo morre e ressuscita diariamente.
Ir. José Ailton
Ir. Josenildo Ferreira