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Informativo dos Filhos de Sant'Ana

23/02/2009

QUARESMA


1. O que é a Quaresma?

· A Quaresma tem dupla índole: batismal e penitencial. É caracterizada pela escuta intensificada da Palavra de Deus, pela oração e pela mudança de vida pessoal e social.
· Quaresma é tempo de preparação para a Páscoa que começa na Quarta-feira de Cinzas e vai até a missa da Ceia do Senhor, com a qual iniciamos o Tríduo Pascal.
· São quarenta dias em que somos convidados a viver o mistério de Jesus no deserto, a ficar cara a cara com Deus na oração pessoal e comunitária, escutando sua Palavra, sendo provocado por ele, deixando que purifique nossa fé e nos afaste de tudo aquilo que nos impede de vivê-la com radicalidade.
· Também o povo de Israel fez sua experiência de deserto e foi provado durante 40 anos, convidado a deixar para rãs a escravidão no Egito, e a buscar, esperançoso, a Terra Prometida.
· Quaresma é tempo de jejum. Este não tem valor em si, mas é um meio poderoso para nos disciplinar a aprendermos a não seguir nossa própria vontade, mas a do Senhor.
· Quaresma é tempo de Campanha da Fraternidade. Além do jejum, a Quaresma tem sido tradicionalmente tempo de oração e esmola. Esmola, não no sentido pejorativo e mesquinho de quem dá o que sobra; mas no sentido bíblico de ter amor e compaixão, de abrir o coração para os irmãos necessitados, excluídos, injustiçados..., procurando juntos caminhos para se estabelecer uma sociedade justa, fraterna, não-excludente.
· A penitência do tempo da Quaresma não seja somente interna e individual, mas também externa e social.
· Por isso, atualizando estes três meios tradicionais, a Igreja no Brasil organiza todos os anos durante a Quaresma, desde 1964, a Campanha da Fraternidade (CF).
· Cada ano, a CF focaliza um aspecto de nossa vida em sociedade que é preciso melhorar, a fim de que, como cristãos, possamos contribuir para que a humanidade alcance este objetivo.
· A Cf deste ano tem como tema: Fraternidade e segurança pública; e como lema: A paz é fruto da justiça. Com este tema e com este lema, iremos refletir sobre a realidade do sistema judiciário. Queremos, assim, tomar consciência da difícil situação em que vivem hoje acusados e vítimas e, mais que isso, ser solidários através da oração e de gestos concretos que visem a implantar em nosso país uma justiça que faça justiça sendo justa.
· As celebrações litúrgicas, como expressão ritual de nossa fé, como ponto e ponto de referência de toda a vida cristã, não podem, portanto, deixar de expressar a realidade, os fatos, os acontecimentos de nossa vida, os sinais de morte e de ressurreição presentes na história atual de cada um de nós, da comunidade, da sociedade, do mundo...
· Não podem deixar de nos levar a um compromisso vital com a transformação da realidade, fazendo com que nela vá resplandecendo a luz da ressurreição de Cristo Jesus.

2. Algumas características das celebrações do tempo da Quaresma

· A Quaresma requer sobriedade, despojamento, ares de deserto!
· O clima geral é de recolhimento, retiro. Por isso, não se canta o Glória (a não ser nas solenidades e festas ou em alguma celebração), nem o Aleluia... não se tocam instrumentos musicais (a não ser se for necessário para acompanhar os cantos).
· Pelo mesmo motivo, toda a organização do espaço de celebração será de grande sobriedade e despojamento.
· Não se usam flores nem outros enfeites (a não ser no quarto domingo) usa-se a cor roxa para as vestes litúrgicas (casula, estola...); nos locais em que se tem o costume de cobrir a mesa da Palavra com um pano, pode-se usar da mesma cor (No quarto domingo, a cor usada tradicionalmente é o cor-de-rosa).
· Não deve faltar a celebração penitencial, em preparação às festas pastais.
· Em muitas regiões, a via sacra é devoção inseparável da prática quaresmal.

3. As celebrações da Quaresma

· Celebração das cinzas.
· Cinco domingos da Quaresma.
· Cinco semanas da Quaresma.
· Celebrações penitenciais.
· Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor.
· Missa do Crisma.


BUYST, Ione. Preparando a Páscoa: Quaresma, Tríduo Pascal, Tempo Pascal. São Paulo: Paulinas, 2002.


Pe. Magno Jales

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