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Informativo dos Filhos de Sant'Ana

11/01/2009

Se quiseres experimentar Deus


Montada em meu cavalinho
galopo através do tempo.
horas e horas,
dia após dia.

Corre, corre, cavalinho,
tu podes poupar meu tempo,
diminuir, comprar em promoção.
Corre meu cavalo,
meu cavalo que é só meu.
Contigo eu economizo
dez minutos cada dia, pelo menos,
são numa semana
setenta mnutos.
Que maravilha,
nós dois juntos,
renderemos muito mais,
meu bravo cavalinho corredor.

Adiante, corre em frente
minuto após minuto,
hora após hora,
um dia após o outro.

Sento firme sobre a sela,
seguro as rédeas com a mão,
segue em frente,
de compromisso em compromisso,
de reunião em reunião,
de conversa em conversa,
de rumo em rumo!

Depressa cavalinho!
Pra fazermos grandes coisas
neste mudo.
É um baio meu cavalo,
meu baio veloz,
ligeiro como a flecha.
Esporei-0, meu cavalo,
impelindo-o para frente.

Mas um dia bate à parte
a calma do coração inquieto.
Súbito, estanca o galope,
e fico parada.
Eu voo da sela,
esqueço as rédeas,
meu cavalo sai em trote,
e eu caio na areia.

"Que queres de mim?"
Grito desesperada.
"Para aí, já te esqueceste
que o tempo me pertence?"

Respiro ofegante
igual ao meu baio,
com medo da calma
que invade o coração.

Como posso ter repouso
se sempre vivi com pressa?
Sinto o peso interior,
uma pressão infinita.
Como sobre a roleta
sentimentos e contrastes
se entrecruzam
na minha alma.

Será que ainda existe
um lugar dentro de mim
que saiba silenciar
que, sem pressa,
de obter um resultado,
viva são dentro de mim?

Mostra-me o espaço
que seja sem movimentos
pressão e rendimento,
sem pressa e urgência,
onde outro não more
senão eu sozinha...

Sinto a areia
escorrer por entre os dedos
e fundo respsiro
ar primaveril.

Pela primeira vez,
assim me parece,
estou vendo o céu.
As cores das folhas,
a grama no chão.
E ouço o riacho
que escorre ao meu lado
a gorgolejar.
Ou é dentro de mim?

Respiro fundo
enchendo-me o peito de ar
e o deixo sair
até não mais poder.

Um sonho me envolve:
encontro-me na frente do altar
da bela igrejinha
da aldeia onde moro
e junto às dádivas
do pão e do vinho
lá vai meu relógio

E eu peço que seja
minha falta de tempo
em serenidade
transubstanciada.
M. Robben
(Extraído do livro: "Se quiseres experimentar Deus" de Anselm Grün)

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