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Informativo dos Filhos de Sant'Ana

05/06/2011

A Interpretação da Cruz Em Karl Rahner


Para o teólogo alemão, Karl Rahner, o primeiro teólogo católico moderno, o ser humano é salvo somente em Cristo, de modo, que mesmo aquele que não o conhece, mas, que faz o bem, é salvo por Ele, sendo assim, um cristão anônimo.

Outra preocupação da teologia de Rahner é responder ás perguntas do ser humano hoje. Rahner desenvolveu um conceito chamado transcendental. Ele pergunta pelas condições inerentes ao ser humano que lhe possibilitam entender a mensagem cristã da redenção.

Para Rahner, a salvação do ser humano consiste na entrega ao Deus que se entrega a ele. O ser humano pode superar-se e entregar-se no mistério de Deus somente porque Deus se aproximou dele absolutamente em Jesus Cristo e sua morte na cruz, até porque, também para Rahner o ser humano é o único ser capaz de Deus, ou seja, capaz de procurar o seu criador.

Somos todos reunidos em torno à cruz do Crucificado, seja ao levantarmos os olhos a ele ou ao buscarmos passar pela sua frente sem olhá-lo, seja ao estarmos em um momento de bom humor e satisfeitos (ninguém está proibido de sê-lo) ou assustados até a morte.

Estamos debaixo da cruz como aqueles que são, por sua vez, destinados a morrer, como aqueles que caíram na culpa, como os desiludidos, como aqueles que se tornaram devedores de amor com relação aos outros, como os egoisticamente covardes, como aqueles que sofrem incompreendidos por causa de si mesmos, dos outros e da vida.

Quando nos sentimos bem, protestamos naturalmente contra um pessimismo "piegas" como esse, que presumivelmente gostaria de envenenar a alegria de viver (coisa que não é nada boa). Quando nos sentimos fortes na alma e no corpo, não queremos acreditar que essa força é limitada e que, um dia, nos abandonará. Mas é assim: estamos debaixo da cruz.

Karl Rahner descreve a cruz em três pontos conforme nos mostra o livro, a cruz a imagem do ser humano redimido de Anselm Grun, capitulo três, a saber: a cruz como o lugar da redenção, Deus que desce a humanidade e feito homem nos resgata em Jesus de todos nossos pecados; segundo ponto, a cruz como distintivo da existência cristã, o símbolo por excelência que nos remete a profunda “loucura” de amor; e por último a cruz como o verdadeiro sinal de humanismo, ou seja, um Deus que no alto dos céus ver nossa fragilidade e numa total disponibilidade de solidariedade nos resgata em seu amor, através, de Jesus de Nazaré.

Portanto, vejamos na cruz a via da salvação à via da ressurreição, pois "se a ressurreição de Jesus é a vigência permanente de sua pessoa e sua causa, e se esta pessoa-causa não significa a sobrevivência de um homem e de sua história, mas o triunfo de sua pretensão de ser o mediador absoluto da salvação, então a fé na sua ressurreição constitui um momento inerente dessa ressurreição e não a tomada de consciência de um fato que por sua natureza poderia existir exatamente o mesmo sem ser conhecido. Se a ressurreição de Jesus há de ser a vitória escatológica da graça de Deus no mundo, não é possível concebê-la sem uma fé ativa (ainda que livre) nela, uma fé na qual culmina a própria natureza da ressurreição.

Ir. Tállison e Ir. Juscimar

Para Refletir:

Você concorda que a cruz é sinal de salvação para os cristãos anônimos, ou seja, aqueles que mesmo sem conhecer a Jesus praticam o bem e amor?

3 comentários:

Muito boa, a síntese preparada pelos irmãos.
Com relação a pergunta, eu concordo sim que a cruz é sinal de salvação para os não cristão.
Cristo morreu para salvar a humanidade inteira.

Pe. MaGNO
 
Parabéns aos irmãos que prepararam o artigo!
O Karl Rahner de forma sábia demistificou o sentido da Cruz.
Quanto a pergunta, diria que sim. Todos foram salvos pela Cruz, independente que seja Cristão ou não. Os braços estendidos na cruz, mostra que a salvação foi para todos, Ele abraçou toda a humanidade e deu vida nova. Agora, penso que aqui cairia bem dizer, o que vale é que mesmo salvando todos, Ele nos deixa livre para aderir ou não a essa salvação.

Ir. Jarbson

p.s. se a discursão aumentar, voltarei a dar novos comentários
 
Concordo com o Ir. Magno e com o Ir. Jarbson: Realmente eu acho que Cristo salvou a todos. Karl Rahner tem razão, até mesmo porque, se formos ver em outro ângulo, não teria sentido, Cristo só teria salvado a uns? e aqueles que nunca poderam conhecê-lo e que dá até mais testemunhos dos que o conhecem?

Eu acho que quando a lei do amor rege a vida, o amor aqui entendido como essencialmente amor supremo, eu acho que a salvação acontece.

Parabéns Irmãos pela reflexão!