"Tínhamos certeza desde o começo. Esperamos muito tempo para ter no céu um santo nosso", declarou à AFP Justyna e Mateusz Malinowski, um jovem casal que veio rezar diante da "janela papal" no arcebispado de Cracóvia, rua Franciszkanska.
"A partir de agora, dirigimo-nos a ele em nossas preces" disse Mateusz. Em seu entender, como para muitos outros católicos que haviam escandido "Santo Subito!" (santo logo!) durante os funerais, em abril de 2005, João Paulo II já era um santo em vida.
Diante do arcebispado de Cracóvia, onde multidão se concentrava a cada viagem do papa à Polônia, foram depositadas rosas amarelas e brancas, as cores do Vaticano, junto a muitas velas acesas. Foi lá que João Paulo II morou de 1964 até sua eleição ao trono de São Pedro, em 1978. Era de uma janela do primeiro andar, onde hoje foi colocada sua foto, que ele conversava com os jovens que vinham cantar para ele.
"A cada mês desde sua morte, rezamos pela beatificação", uma etapa que vem antes da canonização, declarou Agata Schonborn, que fez uma prece diante da estátua do Papa polonês no pátio do templo. "Tive a chance inaudita de tê-lo encontrado pessoalmente quando era estudante, de apertar sua mão, de ter sido convidado para sua festa de São Carlos, no dia 18 de maio", disse ela.
"Não houve na história da Igreja uma pessoa a quem tantos conheceram pessoalemente", declarou à AFP o padre Adam Boniecki, redator-chefe da revista católica Tygodnik Powszechny, com sede em Cracóvia. "Beatificar um papa é tarefa muito difícil, porque é preciso analisar como a santidade e o dever de administrar a Igreja, uma grande instituição, caminham juntos", explicou.
Em Wadowice, cidade natal do papa polonês, as pessoas não escondiam seu orgulho. "João Paulo II tornou nossa cidade célebre no mundo inteiro", declarou o padre Jakub Gil que havia sido consagrado por Karol Wojtyla.
Para Eugeniusz Mroz, 90 anos, que fez o bacharelado com o papa no liceu de Wadowice, foi um "verdadeiro dom recebido da Providência" ter sido colega de escola do papa. "Partilhamos os bancos do colégio. Ele cresceu na santidade, mas ninguém pensava que um dia vestiria a batina. Era apaixonado por teatro", disse Mroz, um dos três alunos vivos, da mesma classe.
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