PROMAR participou do Seminário Internacional de liderança.

Do site do Tribuna do norte

Mais de mil pessoas, entre estudantes, profissionais, autoridades e executivos, acompanharam o Seminário Internacional de Liderança 2012, realizado ontem pela K&M Group em parceria com a Tribuna do Norte. Nando Parrado, palestrante convidado, começou descrevendo o que viveu nas cordilheiras dos Andes."Embarquem nesta viagem comigo", convidou o uruguaio, que passou 72 dias no gelo sem comida ou água. O avião da força aérea uruguaia, no qual viajava, bateu na Cordilheira dos Andes - localizada na fronteira entre a Argentina e o Chile - e caiu, partido-se ao meio, em outubro de 1972. Dos 45 passageiros a bordo, 29 morreram no acidente ou no decorrer dos 72 dias que ficaram à espera de resgate. Os 16 que resistiram, enfrentaram o terror de uma avalanche, fome, frio e mais de dois meses de expectativa. O recado que passaria, minutos depois, "serviria para muitos que procuram uma saída para sua carreira ou vida profissional", como antecipou Kelermane Martins, presidente da K&M. "Não sou professor de liderança", avisou, antes de relatar as decisões que tomou e que foram fundamentais para a sobrevivência do grupo e hoje são difundidas em todo o mundo.

Aldair DantasNando Parrado, com Kelermane Martins: lições de lideranças, respeito às pessoas e milagres ocasionais

Foi de Nando que partiu a ideia de comer carne humana quando acabou a comida e de sair para pedir socorro quando as buscas já estavam encerradas. O homem que foi dado como morto depois da colisão, só falou sobre vida. Poucos foram os jogadores que sobreviveram ao primeiro impacto. "E ao todo, foram três". Sem contar a avalanche que atingiu o avião. "Eu dizia para mim mesmo: 'se vou morrer, vou morrer tentando". Liderando uma equipe de jogadores, Nando aprendeu que o melhor líder é aquele que lidera a si próprio.

Depois de relatar os detalhes do acidente, comentar as decisões que tomou, e expor a reação dos colegas, o uruguaio encerrou a palestra com uma mensagem simples. Não esqueçam as pessoas. Ninguém sabe o que pode acontecer amanhã". O uruguaio que deixou o rúgbi, após o acidente nos Andes, se tornou um empresário de sucesso e abriu "três, quatro" empresas. "Fui eleito o melhor empresário do Uruguai três vezes". Mas ele quis mais que falar de negócios. "Eu tinha que mostrar a coisa mais importante da minha vida: as pessoas".

Aos líderes e gestores, orientou que não se descuidassem de seus colaboradores. "Dá para obter sucesso sem esquecer as pessoas. A grande mensagem que trago é essa". Nando replicou nas empresas que abriu as lições que aprendeu durante o tempo que passou nos Andes e ontem convidou os empresários presentes a fazerem o mesmo. "As crises passam", continuou o homem, que viveu isso, nas montanhas e nas empresas. "Houve um momento em que achei que minhas empresas fossem quebrar. Mas disse a minha mulher que isso não seria um problema grave. Pensei: 'tenho você, minhas filhas e meus cachorros'. Se perder a empresa, compro um carro e vou trabalhar como jardineiro. Estou vivo, isso basta".

Ao relembrar como os colegas se ajudaram na cordilheira, ele reforçou a importância de trabalhar em equipe. O desfecho da história, acredita, poderia ter sido diferente se não se tratasse de uma equipe, mas de pessoas sem nenhum vínculo que seguiam num vôo comercial. "Éramos uma equipe forte. Não havia conflitos. Nunca houve uma briga."

Se Nando pudesse resumir a palestra, de quase duas horas, em uma só palavra seria 'milagre', que ele repetiu mais de cinco vezes. "Se enfrentar uma crise, seja ela na família, na saúde, nos negócios, pense uma coisa: 'às vezes é preciso criar sua versão do milagre".

Estiveram presentes dois representantes da diretoria do Projeto.
Queremos agradecer a K&M Group pela oportunidade.