Se fôssemos resumir em uma palavra a festa da Páscoa, com certeza a palavra seria alegria. Alegria imensa, que explode e contagia. Em todas as passagens da Escritura que falam da ressurreição de Jesus, duas ações acontecem: encher-se de alegria e sair para comunicar aos outros. Ou seja, diante da realidade da ressurreição, alegro-me ao ponto de não conseguir reter esta felicidade, mas tenho como obrigação comunicá-la aos meus irmãos, que são também irmãos do Ressuscitado.
Cristo, nossa Páscoa, foi imolado, façamos festa no Senhor! O domingo de Páscoa é o dia mais alegre do ano, porque o Senhor da vida triunfa sobre a morte, sobre o pecado, sobre o mundo. E é tão intensa essa alegria, que perdura até a festa de Pentecostes. No tempo pascal, com efeito, a cada dia das sete semanas se vive a mesma alegria do domingo da ressurreição.
A ressurreição é a confirmação que o Pai dá de que Jesus é verdadeiramente seu Filho, e Ele ressuscitou como primícia, como conquista e certeza da nossa ressurreição. É também a confirmação de nossa fé. Diz São Paulo: Se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa fé, e nós somos os mais dignos de pena (1Cor 15,17). Quem, de fato, pode crer e esperar em um morto? Mas Jesus está vivo! E nós somos os mais felizes, pois Aquele em quem depositamos nossa fé está vivo, ressuscitado e ressuscitante.

Portanto, essa alegria que o Ressuscitado nos comunica é interior e subjetiva, mas é também, e sobretudo, concreta, vivencial, prática, objetiva: Deve o cristão unir-se a este coro universal e cantar as glórias do Ressuscitado, deixando triunfar em si a sua soberania: há de ceder-lhe todo direito e lugar; há de entregar-se-lhe sem reservas, para que seja Jesus o único Senhor de sua vida... A ressurreição do Senhor, a sua passagem da morte para a vida, deve espelhar-se na ressurreição dos fiéis que se vai consumando pela passagem cada vez mais radical das fraquezas do velho homem para a vida nova em Cristo. E esta ressurreição tem por resultado mais profundas aspirações pelas coisas do céu.
Imbuídos deste espírito pascal, que vive de uma forma particular nessas sete semanas, mas que deve perdurar e renovar-se a cada dia, o ano inteiro, façamos nossa a confissão de Charles de Foucauld: "Em vossa ressurreição, em vossa felicidade infinita e eterna, tenho fonte de felicidade inexaurível, base de felicidade que ninguém me pode tirar... possuo eternamente o essencial do que constitui minha felicidade... um bem que supera todo outro bem, o mais desejado dos meus desejos, o que é a substância da felicidade dos anjos e dos santos, o que fará da minha vida um céu... com a só e única condição de que eu vos ame!."
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